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ISSN: 2595-8402

Journal DOI: 10.61411/rsc31879

REVISTA SOCIEDADE CIENTÍFICA, VOLUME 7, NÚMERO 1, ANO 2024
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ARTIGO CURTO ​​ ORIGINAL

O papel do gestor escolar nas relações interpessoais existentes no cotidiano da escola

Elaine Ferreira Vidal1; Diogenes José Gusmão Coutinho2

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Como Citar:

VIDAL, Elaine Ferreira; COUTINHO,Diogenes José Gusmão. Relacionamento interpessoal e gestão escolar. Revista Sociedade Científica, vol.7, n.1, p.1981-1987, 2024.

https://doi.org/10.61411/rsc202442217

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DOI: 10.61411/rsc202442217

 

Área do conhecimento: Ciências Humanas.

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Sub-área: Educação.

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Palavras-chaves: Relacionamento Interpessoal; Gestão; Interação.

 

Publicado: 16 de abril de 2024.

Resumo

As relações interpessoais estabelecidas no ambiente escolar são determinantes para o desenvolvimento harmônico do trabalho da escola. O gestor escolar tem um papel fundamental de liderança para que ​​ a sinergia do grupo seja garantida, uma vez que o relacionamento interpessoal deve ser reconhecido como  ​​​​ importante competência que deve ser ​​ prioridade na gestão escolar.

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1.Introdução

O ambiente escolar é, reconhecidamente, o lugar em que há partilha de diferentes saberes que sustentam os processos de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, as relações interpessoais e o processo de aprendizagem possuem características similares, evidenciadas na dinâmica de trabalho em equipe em que os sujeitos da escola, de maneira colaborativa, contribuem para a harmonização e equilíbrio das relações estabelecidas neste espaço.

As relações que estabelecemos uns com os outros, no meio social em que vivemos, são determinantes para a formação de cada indivíduo. Independente do grau de proximidade entre as pessoas, o cumprimento, a cordialidade e a presteza devem ser atitudes presentes diariamente no ambiente de trabalho por serem fundamentais na construção de relações pautadas no respeito mútuo. Estas atitudes constituem saberes necessários à formação da inteligência emocional, já que o desenvolvimento deste tipo de inteligência deve ser compreendido como um importante fator para o engajamento e motivação dos envolvidos no trabalho escolar.

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2. Discussão

Definida como a relação entre duas ou mais pessoas, o relacionamento interpessoal é a capacidade de interagir com os outros de maneira assertiva e empática, o relacionamento interpessoal é impulsionador do sucesso entre os membros da equipe escolar. O modo como interagimos é permeado por sentimentos e emoções que facilitam ou dificultam os processos comunicativos. E apesar de cada indivíduo pensar e agir de forma diferente, as relações de trabalho precisam se estabelecer na base do respeito ao próximo e da empatia.

Na medida em que estamos comprometidos em nossas tarefas, nos permitimos a experimentação de relações que revelam maturidade e equilíbrio emocional. É por isso, que cada vez mais, as habilidades comportamentais de flexibilidade, inteligência emocional e criatividade são valorizadas. Essa percepção sobre as relações interpessoais exige um olhar de sensibilidade para as tarefas que executamos e para as implicações geradas pela ação de cada um, mas em âmbito coletivo para além do “eu”. Ao percebermos a realidade externa nos conectamos com um estado de consciência mais expandida e passamos a nos interessar não somente pelas potencialidades, mas também pela capacidade dos nossos pares.

Frente aos desafios que a gestão escolar assume no cotidiano escolar, podemos citar a preservação das relações entre funcionários de apoio, secretaria, professores, alunos, pais e responsáveis. Diariamente, o gestor exerce seu papel de liderança, sendo essencial o cuidado para que suas atitudes se estabeleçam na autoridade e não nas relações de poder. Através de sua atuação que os canais de interação são criados e os objetivos da escola podem ser alcançados.

O papel desenvolvido pelo gestor é abrangente e de grande responsabilidade. Sua função requer a capacidade de perceber as relações entre os membros da escola, a eficiência do trabalho realizado, os resultados pedagógicos alcançados, os caminhos para resolução de conflitos, além de toda a organização administrativa que cria demanda documental. Não é tarefa fácil, mas deve ser desemepenhada com compromisso e dedicação. A escola tem que ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum [5].

 Nesse sentido, a gestão da escola deve estar sustentada no processo colaborativo estruturado a partir dos membros que compõem a equipe diretiva. É nela que o gestor deve buscar apoio para gerenciar as ações a serem desenvolvidas. A busca por alternativas para efetivar a construção de uma escola em que todos os sujeitos sejam capazes de falar, agir, discutir e decidir, é tarefa primordial do gestor. A partir daí, a gestão participativa se legitima e as relações interpessoais tomam forma [2].

 Quando o clima organizacional da escola flui de maneira harmônica, todos os sujeitos envolvidos se beneficiam. A busca da sinergia do grupo está ancorada nas atitudes de liderança exercidas pelo gestor. E a eficiência de uma liderança caminha entrelaçada com o carisma, com a capacidade de envolver pessoas e transformar interesses particulares em objetivos mútuos, onde todos os inseridos no processo busquem desenvolver suas atividades em prol do grupo [6].

A posição de liderança toma forma quando na gestão escolar os indivíduos são sensíveis à fala do outro e abre espaço para o diálogo. Como defende Paulo Freire [3], a dialogicidade precisa estar presente no chão da escola como essência para a educação. O diálogo é o elemento fundamental para que os desafios do cotidiano escolar sejam encarados de maneira coletiva em que cada um reconheça seu papel com comprometimento e ética em prol dos resultados positivos.

A garantia da qualidade do processo educativo é o principal objetivo da atuação dos profissionais que trabalham na escola. Preocupados com a construção de relações interpessoais saudáveis, todos os membros da escola devem estar atentos às atitudes éticas, sejam eles professores ou não.

É comum o conceito de ética ser confundido com moral. Na escola a moral pode ser compreendida a partir da representação das normas e regras. Por outro lado, a ética permeia as relações sociais e integra atitudes comprometidas com os nossos pares. De modo que dentro da escola, a ética pode se apresentar como conceito de interlocução com as relações interpessoais [1].

Ao considerar a ética que deve estar presente na escola, se faz necessária a compreensão dos direitos e deveres dos profissionais que atuam neste ambiente. Um profissional ético tem em sua prática atitudes de comprometimento e respeito, assume seus deveres e reconhece seus direitos. ​​ Aplicamos o uso do termo ética profissional nas situações em que cada membro da equipe escolar assume a postura responsável diante das normativas que fundamentam seu trabalho. Portanto, ser competente não garante a observância à ética, a que perceber a importância de cumprir as determinações e normativas que fundamentam o trabalho da/na escola.

Para cada segmento profissional existente na escola, há indicações específicas em relação à atuação ética. Mas todas encaminham para a mesma direção de compromisso e responsabilidade em relação ao processo educativo. E, como todos os sujeitos que desenvolvem suas atividades laborais em instituições educacionais, são educadores de fato e/ou de direito, o exercício de suas profissões deve ser pautado no respeito e colaboração que referenciam as relações interpessoais. ​​   

A forma de se colocar e estabelecer a comunicação perpassa pelos princípios estabelecidos para a harmonização das relações interpessoais. A confiabilidade dos serviços prestados pela escola também se alicerça na maneira em que administramos o atendimento ao público. Devemos ter em mente que oferecer um atendimento de qualidade, exige planejamento e organização no trabalho dos profissionais da escola. Quem gosta de levar horas e horas para ter suas solicitações atendidas? Tudo passa, necessariamente, por orientação, treinamento, supervisão e, quando necessário, cobrança por parte de quem organiza, gerencia e dirige o empreendimento ou instituição.

 O diálogo e como ele sustenta as relações interpessoais direciona a gestão escolar. Resgatamos então, o importante papel que o gestor tema na garantia da qualidade dos serviços que compõem os processos educativos. Em qualquer esfera deste processo, a humanização deve ser a premissa que impulsiona a gestão escolar. As relações estabelecidas na escola devem ser fortalecidas através do diálogo. De modo que cada membro da equipe repense suas práticas considerando os valores coletivos e as atitudes respeitosas para assim contribuir para a ética da instituição escolar.

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3.Considerações finais

Atualmente, um dos grandes desafios da gestão escolar é a promoção da sinergia entre os profissionais que atuam nas escolas. Quando o gestor assume a liderança participativa da escola e, com bom senso, sem deixar de lado o propósito de educação de qualidade, busca alternativas para atender as necessidades dos membros da equipe, os impactos positivos são perceptíveis.

O papel do gestor exige a apropriação desta ideia como uma habilidade que compõe a inteligência emocional e está diretamente ligada ao relacionamento interpessoal. Isso porque, em geral, os resultados das tarefas estão ligados aos fatores socioemocionais, uma vez que estes são interdependentes e concomitantes nas relações interpessoais. O relacionamento saudável emerge da articulação entre a execução das tarefas e o emprego da base emocional, é necessário que haja demonstração de empatia, assertividade, cordialidade, escuta ativa e ética. Para tanto, o relacionamento interpessoal deve ser reconhecido como a competência social fundamental para os sujeitos e deve ser referencial para uma gestão escolar consciente.

Uma escola gerida com ações que observam a forma como os relacionamentos ocorrem e possui uma gestão preocupada com o tratamento dispensado aos indivíduos da comunidade escolar, tem em seu escopo como uma valiosa ferramenta o diálogo. A liderança consiste na sedução, na capacidade de convencer, de ser exemplo, de guiar e apontar caminhos a fim de se chegar a um bem comum para todos os membros da equipe.

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4.Declaração de direitos

 O(s)/A(s) autor(s)/autora(s) declara(m) ser detentores dos direitos autorais da presente obra, que o artigo não foi publicado anteriormente e que não está sendo considerado por outra(o) Revista/Journal. Declara(m) que as imagens e textos publicados são de responsabilidade do(s) autor(s), e não possuem direitos autorais reservados à terceiros. Textos e/ou imagens de terceiros são devidamente citados ou devidamente autorizados com concessão de direitos para publicação quando necessário. Declara(m) respeitar os direitos de terceiros e de Instituições públicas e privadas. Declara(m) não cometer plágio ou auto plágio e não ter considerado/gerado conteúdos falsos e que a obra é original e de responsabilidade dos autores.

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5.Referências

1

Christian Business School (CBS), Orlando, US.

2

Christian Business School (CBS), Orlando, US. 

 

 


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