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ISSN: 2595-8402

DOI: 10.5281/zenodo.8274000

Publicado em 22 de agosto de 2023

REVISTA SOCIEDADE CIENTÍFICA, VOLUME 6, NÚMERO 1, ANO 2023

 

SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ: PRINCIPAIS ASPECTOS CLÍNICOS E DE TRATAMENTO

 

Carolina Braga Boynard Freitas1

 

1Faculdade de Medicina de Campos, Campos dos Goytacazes/RJ, Brasil

carolbragaboynard@gmail.com

 

 

RESUMO CONDENSADO

O presente artigo busca abordar as principais questões relacionadas à Síndrome de Guillain-barré, doença que atinge o sistema nervoso periférico e que recentemente fez com que o governo do Peru declarasse emergência nacional em saúde em razão de surto ocorrido, analisando-se os elementos causadores, formas de tratamento e recuperação.

Palavras-chave: Síndrome de Guillain-barré – tratamento – sistema nervoso periférico.

 

1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Guillain-Barré (ou polirradiculoneuropatia idiopática aguda) é uma neuropatia desmielinizante que ataca o sistema nervoso periférico [1], com características e formas próprias de tratamentos.

 Recentemente (mês de julho de 2023) o governo do Peru declarou emergência nacional em saúde por 90 (noventa) dias em razão de surto ocorrido, tendo anunciado a ocorrência de 182 (cento e oitenta e dois) casos da Síndrome de Guillain-Barré no primeiro semestre de 2023, com 4 (quatro) óbitos ocorridos [2].

O presente trabalho procura, por meio da literatura especializada, apontar as principais características da referida Síndrome.

.

​​ 2.  DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é doença que atinge o sistema nervoso periférico e possui como principais sintomas a fraqueza motora progressiva e crescente, que pode atingir membros inferiores, superiores, a face e os músculos respiratórios. Ademais, ocasiona visão turva, tonturas, taquicardia, disfagia, incontinência urinária ou dificuldade para urinar, além de prejuízos na função respiratória, falta de sensibilidade, formigamento, dor que tem início nas pernas e atinge todo o corpo e gera a redução dos reflexos [3].

Os sintomas acima indicados podem ser localizados em específicas regiões do corpo e o padrão da sintomatologia difere entre as variantes da Síndrome de Guillain-Barré. Ademais, “a paralisia facial bilateral com parestesias, a variante sensitiva pura e a encefalite do tronco encefálico de Bickerstaff estão incluídas no espectro da SGB” [4], mas não atendem aos seus critérios diagnósticos.

Conforme aponta a literatura [5], o diagnóstico da Síndrome de Guillain-Barré é feito por meio de avaliação clínica e exames de sangue e imunológicos, bem como através de uma investigação etiológica, ressonância magnética nuclear medular.

Os critérios essenciais para o diagnóstico da SGB - desenvolvidos pelo National Institute of Neurological Disorders and Stroke [6] -são a fraqueza ascendente de mais de um membro ou de músculos cranianos de graus diversificados, desde paresia leve até plegia e hiporreflexia e arreflexia distal com graus oscilantes de hiporreflexia proximal.

É importante mencionar que muitos dos sintomas que a doença possui são parecidos com outras doenças, o que pode dificultar o diagnóstico preciso, sendo altamente dependente das características clínicas do paciente individual [7]. ​​ Por isso, é interessante distinguir os tipos de diagnósticos realizados para detalhar a SGB. Ainda que o tratamento seja um procedimento individualizado [7], há entendimento especializado [8] que não menciona outras formas que não a plasmaferese e da infusão de imunoglobulinas.

No entanto, há autores [9] que propõem uma estratégia farmacoterapêutica baseada na combinação de doses reduzidas de gabapentina com algum opióide, visando ao atingimento de um nível de analgesia satisfatório com redução da incidência de efeitos colaterais associados aos dois tipos de fármacos.

Além disso, o tratamento da SGB consiste na antecipação e controle das comorbidades associado ao tratamento da progressão dos sinais e sintomas, visando a um menor tempo de recuperação e minimização de déficits motores. A fisioterapia também pode ser utilizada para reabilitar a musculatura dos membros inferiores e superiores nos casos em que houve comprometimento.

Apesar de 95% dos pacientes terem uma recuperação completa, o percurso é lento e gradual podendo levar de semanas a meses de acordo com cada paciente [10].

 

3.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise acima apresentada foi possível observar os principais elementos da Síndrome de Guillain-Barré, permitindo, por meio da literatura especializada, a apresentação de relevantes informações à população em geral, que deve procurar atendimento médico especializado na hipótese de apresentação dos sintomas indicados.

 

4.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]  ALMEIDA, A.E.C., et al. Síndrome de guillain-barré: revisão de literatura. Mostra de Fisioterapia da Unicatólica, v. 2, n. 1, dec. 2017.

[2]  UOL (Universo Online). Vide <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/deutsche-welle/2023/07/10/surto-incomum-o-que-e-guillain-barre-que-fez-o-peru-decretar-emergencia.htm>. Acesso em 10/08/2023.

[3] ANTUNES, M.D.; PALÁCIO, S.G.; BERTOLINI, S.M.M.G. Efeito da Fisioterapia na Síndrome de Guillain-Barré. Anais eletrônicos, v.1, n. 9, p. 4-8, Paraná, 2015.

[4] HIEW, F.L., et al. Guillain-Barré Syndrome, variants & forms fruste: Reclassification with new criteria. Clínica Neurológica e Neurosurgia, 2017;158:114-118.

[5] COSTA, A. C. D. Síndrome de Guillain-Barré: uma revisão integrativa de literatura e de dados do Sistema Único de Saúde. p.1-37, Universidade de Brasília - UnB, 2016.

[6] ASBURY A.K.; CORNBLATH D.R. Assessment of current diagnostic criteria for Guillain-Barré syndrome. Ann Neurol. 1990;27(Suppl):S21-4.

[7] LEONHARD, S.E., et al, 2021. Diretrizes Baseadas em Evidências Diagnóstico e manejo da Síndrome de Guillain–Barré em dez etapas. Revista Neurocienciências, 2021;29:1-52.

[8] LIMA, C.L.G; CAVALCANTI, D.S.P. Síndrome de guillain barré: uma abordagem sobre os sintomas e principais formas de tratamento da doença. Saúde & ciência em ação – Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde V.6, n 01, 2020.

[9] SOUZA, L. S.; COMARELLA, L. Comparação da eficácia e segurança da Gabapentina no tratamento dor na síndrome de Guillain-Barré. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 5, n. 3, p. 196-208, Bahia, 2014.

[10] BENETI, G.M., SILVA, D.L.D. Guillain-Barré syndrome. Semina: Ciências Biológicas e Saúde, Londrina, v. 27, n. 1, p. 57-69, jan/jun. 2006.

www.scientificsociety.net

ARTIGO CURTO

 

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