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ISSN: 2595-8402

DOI: 10.5281/zenodo.6992818

Publicado em 15 de agosto de 2022

REVISTA SOCIEDADE CIENTÍFICA, VOLUME 5, NÚMERO 1, ​​ ANO 2022

 

A HERESIA DO MISTICISMO E A MUDANÇA DA CEIA DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

 

Marcelo Victor Rodrigues Nascimento1

Instituto Aliança de Linguística, Teologia e Humanidades (IALTH) - Recife, Brasil

​​ galetinho1967@gmail.com

 

 

RESUMO

Este artigo teve por objetivo discutir o caráter místico atual da CCB, com ordens e contraordens divinas, tendo por base os preceitos referentes à ceia do Senhor, estabelecidos por “revelação divina” em 1936 e mudados por “revelação divina” em 2020. Para tanto, foram tratados dos seguintes aspectos: o misticismo, as práticas religiosas e as mudanças doutrinárias da CCB. Após a análise das informações, obtidas mediante a leitura de bibliografia específica, de documentação textual e de recursos audiovisuais referentes ao assunto, conclui-se que há um forte componente místico nessa denominação religiosa, por conta das mudanças doutrinárias contraditórias (dentre as quais, a relativa à ceia do Senhor), que terminam por colocar em suspeição todas as demais “revelações”, sejam elas doutrinárias ou proferidas no dia a dia, nos cultos.

Palavras-chave: misticismo; ceia do Senhor; revelação; heresia; Congregação Cristã no Brasil.

 

ABSTRACT

This article aimed to discuss the current mystical character of the CCB, with divine orders and contra-orders, based on the precepts referring to the Lord's Supper, established by "divine revelation" in 1936 and changed by "divine revelation" in 2020. To both, the following aspects were addressed: mysticism, religious practices and doctrinal changes in the CCB. After analyzing the information, obtained by reading specific bibliography, textual documentation and audiovisual resources on the subject, it is concluded that there is a strong mystical component in this religious denomination, due to contradictory doctrinal changes (among which, the one relating to the Lord's Supper), which end up putting all other “revelations” under suspicion, whether they are doctrinal or given in the day-to-day, in the services.

Keywords: mysticism; the Lord's Supper; revelation; heresy; Christian Congregation in Brazil.

 

1INTRODUÇÃO

O termo heresia é oriundo da expressão grega haíresis, que significa “escolha”, cujo sentido original era designar aquele que fazia parte de uma escola filosófica da Grécia Antiga. Com o surgimento do cristianismo, tal expressão passou a ter um sentido negativo, apontando para os pensamentos que divergiam das crenças oficiais [1] [7].

A primeira heresia de que se tem notícia na literatura cristã foi disseminada pelo diabo, quando assegurou a Eva, a primeira pessoa que lhe deu ouvidos, que Yahweh, o Deus de Israel, havia faltado com a verdade ao dizer-lhe que ela e seu esposo morreriam se comessem do fruto proibido, garantindo-lhe que aconteceria justamente o contrário: Então a serpente disse à mulher: ‘Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3:4,5) [2].

A partir da descrença nas palavras de Yahweh e da desobediência à Sua ordem por parte do primeiro casal Adão e Eva, seguiu-se uma transformação radical no caráter humano, com a incorporação de condutas reprováveis do ponto de vista moral, dentre as quais a adoração a deuses estranhos e a formulação de diversas heresias acerca da divindade, responsáveis por distanciar os povos, tribos, nações e línguas do Deus verdadeiro ao longo dos séculos e milênios [3].

As Escrituras Sagradas relatam, no Velho Testamento, uma série de deuses estranhos que foram adorados pelos povos da antiguidade, tais como [2] [4]:

  • Baal Hadade, senhor da tempestade (1 Reis 15:18);

  • Baal Hadade-Rimon, o senhor trovejador (2 Ris 5:18);

  • Baal Peor, senhor do monte Peor (Números 25:3);

  • Baal Berite, senhor da aliança (Juízes 8:33; Juízes 9:3-4; Juízes 9:46);

  • Baal Hamon, divindade da montanha de Amanus (Cantares 8:11);

  • Baal Zefom, senhor do norte (Êxodo 14:2);

  • Baal Zebube, senhor das moscas (2 Reis 1:2);

  • El, o poderoso (Êxodo 32:4);

  • Anate, deus da guerra dos cananeus (Juízes 3: 31);

  • Aserá, deusa da fertilidade e rainha dos céus (1 Reis 18:19; Jeremias 44:17);

  • Astarote, deusa da fertilidade, sexualidade e guerra (1 Reis 11:5);

  • Dagon, associado à fertilidade (1 Samuel 5:2);

  • Moloque, o rei (1 Reis 11:5; 2 Reis 23:10);

  • Adrameleque, possível divindade solar (2 Reis 17:31);

  • Anameleque, possivel divindade lunar (2 Reis 17:31);

  • Amon, deus da cidade egípcia de Tebas (jeremias 46:25);

  • Azazel (Levítico 16:6);

  • Asima, deusa do destino (2 Reis 17:30);

  • Sucote Benote, cujo nome significa tenda das filhas (2 Reis 17:30);

  • Nergal, deus da guerra, da pestilência e do mundo inferior (2 Reis 17:29-30);

  • Betel, casa de deus (Jeremias 48:13);

  • Quemós/Camós, divindade de Moabe (2 Reis 3:26);

  • Gade, deus da sorte (Isaías 65:11);

  • Marduque/Bel, deus da cidade da Babilônia (Jeremias 50:2); Nebo, deus da sabedoria (Isaías 46:1; Deuteronômio 32:49-50);

  • Neustã, serpente de bronzefeita por Moisés (2 Reis 18:4);

  • Nibaz, ídolo em forma de cachorro (2 Reis 17:31);

  • Tartaque, ídolo em forma de asno (2 Reis 17:31);

  • Nisroque, deus da agricultura (2 Reis 19:37);

  • Sharar, cujo nome significa amanhecer (Isaías 14:12);

  • Tamuz, patrono dos alimentos e da vegetação (Ezequiel 8:14-15).

No Novo Testamento, contudo, a Bíblia deixa de lado os deuses pagãos e suas práticas religiosas, notoriamente distintas das tradições hebraicas, e volta-se basicamente para as seitas religiosas da época de Jesus, com suas interpretações particulares das Escrituras Sagradas, citando apenas duas entidades adoradas como divindade: Diana, deusa dos efésios (Atos 19:24), e Belzebu, nome dado a Satanás (Mateus 10:25), como uma possível referência à Baal Zebube do Velho Testamento [2] [4].

Dentre as seitas supracitadas, que brigavam pela liderança político-religiosa na época de Jesus, destacam-se [2] [5]:

  • Saduceus: grupo de judeus que procuravam demonstrar sua fidelidade a Yahweh através do apego ferrenho ao Pentateuco; que classificavam como heresia inovadora todas as demais tradições religiosas; que negavam a ressurreição, apoiando-se na crença da retribuição divina pela fidelidade, mostrada pela benção material que possuíam, algo que lhes fazia considerar-se justos, repelindo a ideia de um juízo e uma retribuição pós-morte por não quererem perder a segurança;

  • Zelotas: ​​ grupo de judeus que expressavam confiança absoluta em Yahweh e na Sua Lei, sendo extremamente exigentes quanto à santidade, crendo que o zelo faria com que Yahweh estivesse do lado deles; por suas ações de perseguição e "extermínio dos ímpios" (p. 55), entendiam que estavam a apressar a vinda do Messias, para o estabelecimento do reino de Yahweh; criam que apesar de Yahweh ser o único Senhor, Ele não agia só, mas usava-se de homens para alcançar os Seus objetivos;

  • Fariseus: grupo de judeus piedosos que entendiam que não bastava reconstruir o Templo de Jerusalém, mas era necessário também realizar uma reconstrução da vida espiritual, pelo estudo sistemático da Lei e pela oração; esforçavam-se por viver as Leis de Deus, cuidando em difundi-las ao povo nas sinagogas; procuravam separar-se das pessoas comuns, por considerá-las ignorantes da Lei e sobretudo impuros, exatamente por não respeitarem adequadamente a Lei, a qual, segundo eles, expressa a própria vontade de Deus;

  • Essênios: grupo fechado de pessoas extremamente apegadas às regras de pureza e ao tradicionalismo judaico que se consideravam o “exército santo de Deus” (p. 58), destinado a eliminar todos os ímpios mediante a ordem divina; preferiam substituir os holocaustos por uma vida de santidade, aguardando Yahweh restabelecer o culto e o Templo na sua pureza original;

  • Herodianos: grupo de pessoas influentes que apoiavam a dinastia de Herodes, sem motivação religiosa, mas políticas, que era favorável à aliança do governo judeu com Roma;

  • Batistas: grupo de seguidores de João Batista, muitos dos quais foram posteriormente evangelizados e batizados por Paulo, conforme Atos 18:25 e Atos 19:1-5;

  • Samaritanos: comunidade característica da região da Palestina que, ao mesmo tempo que se aproximava do judaísmo, por adotar o Pentateuco e ser descendências das tribos israelitas do norte, distanciava-se do mesmo, por desconsiderar os demais livros das Escrituras Sagradas e a capital Jerusalém; considerava o monte Gerizim, citado em Deuteronômio 11:29, como o “verdadeiro santuário da terra santa e o único lugar de culto legítimo a Yahweh” (p. 59), onde eram celebradas as festas religiosas, incluindo a páscoa judaica.

Logo após a legalização do cristianismo como religião oficial do Império Romano por decreto do Imperador Teodósio, no ano 380 d.C., a Igreja Católica Romana passou a desenvolver ações para unificar a fé católica através da realização de Concílios eclesiásticos, sentindo-se a fiel depositária da verdade [6] [7].

Segundo revela o Livro Negro do Cristianismo, as decisões de tais Concílios católicos passaram a ser impostas à força e os movimentos classificados como hereges foram duramente reprimidos durante toda a Idade Média (476 d.C. a 1453 d.C.), com destaque para os seguintes: o arianismo, o pelagianismo, o monofisismo, o paulicianismo, o bogomilismo, o monotelismo, a iconoclastia, o patarinismo, o petrobrusianismo, o catarismo, o valdismo, o lollardismo e o nestorianismo [7] [8].

Após tal período de ferrenha perseguição aos que divergiam da fé católica, apelidado, pejorativamente, de “Idade das Trevas”, o mundo assistiu o advento da Idade Moderna, que trouxe consigo um movimento político-religioso conhecido como Reforma Protestante, fruto do descontentamento de determinados cristãos com as práticas e dogmas da igreja romana.

Buscando o retorno à simplicidade do Evangelho, tal movimento teve, como alicerce, os cinco “Solas” [9] [10]:

  • Sola fide (somente a fé);

  • Sola scriptura (somente a Escritura);

  • Solus Christus (somente Cristo);

  • Sola gratia (somente a graça); e

  • Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

Contudo, mesmo procurando adequar a fé cristã aos preceitos bíblicos, a Reforma Protestante não ficou livre das disputas doutrinárias, as quais, do ponto de vista soteriológico, ​​ acabaram por dividir a cristandade desse período em três correntes principais de pensamento: o arminianismo, o calvinismo e o molinismo [11] [12] [7].

Dois séculos mais tarde, o modernismo deu lugar à contemporaneidade, inaugurando uma fase marcada pela expansão de movimentos missionários a partir da Europa, com destaque para o surgimento de diversas religiões protestantes com doutrinas particulares, tais como: Anglicana (Inglaterra), Luterana (Alemanha), Calvinista (França e Suíça), Batista (Holanda e Inglaterra) e Metodistas (Reino Unido) [13] [14].

Já no início do Século XX, grande parte do cristianismo, de matriz teológica protestante, enveredou-se pelo lado da espiritualização da vida cristã, marcado pelo “batismo no/do Espírito Santo” com a manifestação de “línguas estranhas”, que teria ocorrido, inicialmente, com um grupo de jovens estudantes norte-americanos ligados à Igreja Metodista, quando participavam de um retiro espiritual em Kansas, no ano de 1901 [15].

Não demorou muito para que tal movimento se estendesse para outras comunidades norte-americanas, recebendo a alcunha de “pentecostalismo”, como referência ao que ocorreu com os apóstolos na festa judaica de pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado sobre eles: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a ​​ casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:1-4) [2].

O pentecostalismo apareceu como uma reação ao racionalismo intelectual da modernidade, deixando de lado a frieza do protestantismo de origem europeia, com cultos que promoviam o êxtase, por permitir a expressão de forte carga emocional por meio de revelações, profecias, línguas estranhas, sentimentos, choros e manifestações corporais, tais como: gestos, movimentos e danças [15].

Tal novidade não demorou para desembarcar no Brasil, o que ocorreu pela mão de três missionários norte-americanos, quais sejam: (1) Gunnar Vingren e Daniel Berg, dois missionários suecos que chegaram, em 1910, à cidade de Belém do Pará, e fundaram as Assembleias de Deus em 1911; e (2) Louis Francescon, missionário ítalo-americano que chegou, em 1910, à cidade de São Paulo, e fundou aquela que, posteriormente, viria a chamar-se Congregação Cristã do Brasil (CCB) [15] [16].

No caso específico da CCB, sua fundação deu-se com base na experiência mística de Louis Francescon, que alegou, em um livreto por ele produzido, ter recebido uma confirmação divina de que deveria ir para a América Latina, onde havia uma obra missionária a ser realizada naquele continente [16] [17].

No documento supracitado, Francescon classificou as demais igrejas protestantes como “seitas humanas”, donde Deus o teria tirado, nos seguintes termos: "Eis como o benigno Deus começou Sua obra. Pelo batismo da água, segundo o mandamento do Senhor Jesus, fomos tirados das seitas humanas e de suas teorias..." [18].

A partir de então, os relatos do fundador da CCB, acerca da obra iniciada no Brasil, tomam por base uma relação sobrenatural que ele dizia manter com Deus, através de revelações místicas, usando expressões do tipo:

“O senhor me fez sentir (no coração)”; “Por determinação do Senhor”; “O Senhor abriu-me a boca para falar”; “O Senhor falou por minha boca, dizendo: Eu, o Senhor...”; “O Senhor me disse” (durante o culto); “O Senhor se manifestou no irmão fulano”; “O Senhor fez saber a mim”; “O Senhor me confirmou”; “O Senhor se manifestou com a sua presença”; “Buscar a promessa do Espírito Santo”; “Foi confirmado pelo Senhor”; e “Logo após destas profecias, um irmão sentiu” (pp. 82,83) [17].

O exclusivismo religioso do líder da CCB, acima referenciado, marcou a estrutura e organização dessa igreja ao longo dos anos, com modus operandi distintos das demais igrejas protestantes em praticamente todas as esferas religiosas, sempre pela “guia de Deus”, conforme assegura o estatuto da igreja de 2004, com rituais próprios para o batismo, o culto, a ceia do Senhor, a constituição do ministério e a organização da parte musical [17] [18] [19].

Concernente à ceia do Senhor, a “guia de Deus” dada aos anciãos mais antigos do ministério (registrada numa convenção realizada em 1936), levou a igreja a relembrar a morte de Cristo uma vez por ano, com um único pão, partido entre os fiéis, e um único cálice, compartilhado por todos os presentes, com a seguinte recomendação ministerial: “não alterando o que é determinado na Palavra de Deus” [20] [28].

Contudo, em 18 de junho de 2021, os membros mais antigos do ministério da CCB (os anciãos) expediram uma circular direcionada aos fiéis, desfazendo os preceitos da ceia “divinamente estabelecidos” em 1936, sob a alegação de que existe a real possibilidade de transmissão de doenças com o uso de um cálice compartilhado, lançando mão, para isso, de uma “nova revelação” que teriam recebido misticamente [22].

Assim sendo, com base nessas informações, este artigo tem por objetivo discutir o caráter místico atual da CCB, com ordens e contra-ordens divinas, tendo por base os preceitos referentes à ceia, estabelecidos, por “revelação divina”, em 1936 e mudados, também por “revelação divina”, em 2020.

 

2DESENVOLVIMENTO

 

2.1METODOLOGIA

A análise realizada neste artigo partiu de uma perspectiva histórica, com enfoque interdisciplinar, pautada na leitura de bibliografia específica e de documentação textual, além da visualização de recursos audiovisuais, referentes ao assunto em pauta, apanhados na internet [23].

Dessa forma, foi utilizado o método qualitativo conhecido como método histórico gramatical, com o objetivo de permitir uma avaliação contextual do tema, para melhor entendê-lo [24].

 

2.2MISTICISMO

Segundo Nascimento (2020), misticismo é a “teologia que ensina os fiéis a buscarem experiências paranormais, fenômenos sobrenaturais e revelações especiais, desprezando o conhecimento das Escrituras” (p. 118) [25].

Tal heresia não é nova, pois já afetava a igreja primitiva, conforme alerta feito pelo apóstolo Paulo à igreja, nos seguintes termos: Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus” (Colossenses 2:18,19) [2].

 Nessa passagem, Paulo destaca o orgulho que tal heresia despertava naquelas pessoas que alegavam terem tido visões, ou participado de experiências sobrenaturais, fazendo-as sentirem-se em uma posição de proeminência sobre os demais, por suporem que possuíam “mais elevada, ampla, profunda e completa união com Deus” [26].

Para MacArthur (2010), o misticismo moderno rejeita completamente a realidade e a racionalidade, pregando o abandono da suficiência das Escrituras Sagradas e o apego à subjetividade, nos seguintes termos:

“Declarando guerra à razão e à verdade, ele está assim em direto conflito com Cristo e a Escritura. Ele cresceu rapidamente porque promete o que tantas pessoas estão buscando: algo mais, algo melhor, algo mais rico, algo mais fácil — algo rápido e fácil para se substituir por uma vida de cuidadosa e disciplinada obediência à Palavra de Cristo. E, uma vez que tantos carecem da certeza de que sua suficiência está em Cristo, o misticismo pegou muitos cristãos despercebidos. Assim, ele tem carregado boa parte da igreja a um perigoso mundo de confusão e falso ensinamento ... ​​ A pregação bíblica autoritária é criticada como muito dogmática. É raro hoje em dia ouvir um pregador desafiar a opinião popular com um ensinamento claro da Palavra de Deus e sublinhar a verdade com um firme e resoluto ‘Assim diz o Senhor’...
Ironicamente, surgiu uma nova classe de profetas que nomearam a si mesmos. Estes charlatões religiosos apregoam seus próprios sonhos e visões com uma frase diferente: ‘O Senhor me disse...’ Isso é misticismo, e ele vítima pessoas que buscam alguma verdade secreta que será acrescentada à simplicidade da Palavra de Deus, que é toda suficiente e que nos foi dada uma vez por todas” [26].

Segundo tal ministro e escritor cristão, o misticismo leva as pessoas a viverem em busca de experiências transcendentais, fenômenos milagrosos e revelações especiais, relegando o poder da palavra de Deus a segundo plano, como se Ela, por si só, não fosse suficiente para transformar e santificar o homem. Dessa forma, os sentimentos manifestados pelos místicos passam a ser autentificados como verdade espiritual, acima da própria Bíblia, mantendo-os no engano, bem como todos aqueles que estão cativos das suas experiências místicas [26] [27].

Outro ponto negativo de tal heresia, conforme destaca o citado escritor norte-americano, ​​ é a destruição do discernimento de espírito, proveniente da falta do estímulo em pensar por si próprio. Isto é, os fieis acabam não desenvolvendo a capacidade para comparar os ensinamentos ministrados nas pregações com aquilo que está escrito na Bíblia Sagrada, pois é mais cômodo ouvir mensagens celestiais, recebidas pelos “mestres” diretamente do céu, do que esforçar-se para aprender com a Palavra de Deus [26].

Para Menezes (s⁄data), o misticismo acaba por transformar-se em um meio de auferir vantagens sociais (idolatria humana) e econômicas, aproveitando-se da ingenuidade, simplicidade e ignorância dos fieis acerca das verdades sagradas, ensinadas na suprema revelação, que são as Escrituras Sagradas [27].

 

2.3PRÁTICAS RELIGIOSAS DA CCB

 Como dito anteriormente, o estatuto da CCb cita a “guia de Deus” como o instrumento pelo qual a “obra de Deus” (sinônimo de CCB, na fala dos membros) é regida, em conformidade com a “revelação” recebida pelo fundador dessa igreja, que a coloca como única igreja capaz de ser elevada à condição ​​ de “graça”: Jesus é a Cabeça da Igreja, o Espírito Santo é a Lei para guiá-la em toda verdade, sua organização é a Caridade de Deus no coração de seus membros, que é o vínculo da perfeição. Onde esses três não governam, é satanás quem governa em forma de homem para seduzir o povo de Deus com sabedoria humana” [20] [17] [28].

 Alguns preceitos estabelecidos pelo ministério, constantes nos documentos oficiais da igreja (estatuto, circulares e lista de ensinamentos), fazem da CCB uma instituição religiosa ​​ sui generis entre as igrejas protestantes [36], tais como:

  • Os templos possuem modelo arquitetônico padronizado com pinturas simples nas cores cinza e branco, sem que haja, em seus interiores, cruzes, vitrais decorados, ou qualquer elemento que sugira algum símbolo de crença, a não ser a frase situada no altar e púlpito: “Em nome do Senhor Jesus” [28] [20];

  • O estilo musical segue o formato de orquestra, estando presente na maior parte das liturgias realizadas nas igrejas da instituição [28];

  • O batismo nas águas, por imersão, é o rito de passagem e de inserção na religião, como condição necessária a toda e qualquer pessoa que deseje ingressar nesse segmento religioso, ainda que seja oriunda de outra denominação protestante, cabendo a cada um, desde que tenha pelo menos 12 anos de idade, decidir livremente quando se batizar, sem que haja estudo bíblico preliminar [28] [23] [36] [20];

  • Os serviços, eclesiásticos ou não, prestados pelos membros, a favor da instituição, possuem o caráter voluntário e não remunerado [18] [28] [23];

  • Homens e mulheres sentam-se de forma separada durante as liturgias (homens de um lado e mulheres de outro) e as mulheres cobrem a cabeça com véu durante as mesmas [18] [23] [38];

  • É uma instituição religiosa apolítica que acredita na separação entre Estado e religião, não possuindo qualquer vínculo com partidos políticos e recomendando seus membros a cumprirem suas obrigações civis de acordo com suas consciências [23] [40];

  • Não existe cobrança de dízimo, de sorte que as receitas existentes são resultados de ofertas voluntárias e anônimas, cognominadas de “coletas”, sendo proibida a obrigatoriedade de contribuição para fins de adesão e permanência como membro [23];

  • Os cultos possuem uma atmosfera formal e ordem preestabelecida, durante o qual não são permitidos gestos e manifestações individuais, com participação espontânea dos fiéis na hora dos ​​ hinos, orações e testemunhos [23] [36];

  • Não há nenhum tipo de propaganda ou propagação da doutrina pelos meios de comunicação, seja pela imprensa falada ou escrita, primando-se pela frequência aos cultos, sem que seja autorizada a filmagem ou gravação dos atos litúrgicos; além disso a televisão é considerada um “ladrão” dentro de casa, proibida no lar dos integrantes do ministério [21] [29] [36];

  • O ministério (anciãos, diáconos, cooperadores e cooperadores de jovens) é compostos por varões escolhidos em meio à membresia, mediante aprovação divina, por meio de oração, cabendo às varoas o auxílio aos diáconos na obra de assistência aos pobres e necessitados, sob a alcunha de “irmãs da piedade” [19] [21] [23];

  • As decisões dos ministros mais antigos são divulgadas por meio de listas de ensinamento, algumas dirigidas exclusivamente ao ministério e outras para os membros de uma forma geral [31] [39];

  • Os membros da CCB foram escolhidos por Deus (predestinados) e separados do mundo, devendo, portanto, renunciar aos costumes mundanos, a começar pelas vestes (proibição do uso de calças cumpridas pelas mulheres), apresentação pessoal e palavreado [21] [36] [43] .  ​​​​ 

  • A ceia do Senhor é realizada uma vez por ano, entre os batizados na CCB, com um único pão, partido entre os membros batizados, e um único cálice, partilhado por todos [20] [21] [28] [38].

Entretanto, embora haja alguma literatura à disposição dos fiéis (até mesmo na internet), a maior parte dos ensinamentos são transmitidos oralmente de pai pra filho e dos antigos para os mais novos, tanto nos diálogos entre família e amigos, quanto nos cultos, sempre acompanhados da justificativa de que os tais foram “revelados por Deus” aos primitivos da obra [16] [17] [32].

Dentre as tradições orais mais importantes (algumas delas escritas em ensinamentos antigos), destacam-se:

  • A Bíblia só tem vida na boca dos ministros da CCB, nos cultos, não sendo necessário estudar para pregar, pois a palavra é revelada pelo Espírito Santo na hora do culto, com base na seguinte passagem bíblica: “A letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6) [2] [31] [38] [44];

  • A CCB é a graça de Deus [17] [31] ;

  • O único pastor é Jesus Cristo, não cabendo o título de pastor a qualquer homem [31] [38];

  • O templo é um lugar santo (“casa de Deus”) e o púlpito é o “lugar santíssimo”, d’onde saem as sentenças de Deus para os fiéis (onde “Deus fala”) e d’onde a tradição é perpetuada oralmente [31] [34] [35] [36] [43] [45];

  • O membro da CCB não deve questionar absolutamente nada, devendo aceitar tudo que vem do corpo ministerial com humildade, pois a Palavra de Deus não é para ser discutida, mas obedecida (levantar-se contra o ministério é levantar-se contra a “Obra do Espírito Santo”, algo que é considerado “pecado de morte”) [18] [39] [40];

  • A migração do membro da CCB para outra igreja evangélica é considerada apostasia e a presença em cultos que não sejam da CCB representa adultério espíritual, cabível de retratação perante a irmandade [31] [32] [38];

  • O Espírito de Deus (o Espírito da Verdade) só opera na CCB [31] [32];

  • Só o batismo da CCB é válido e só os que se batizam na CCB são considerados irmãos na fé [31] [32];

  • A saudação verdadeira é a da CCB, com as seguintes palavras: "A paz de Deus" [31] [38];

  • Os casamentos devem ocorrer entre os fieis da CCB, evitando-se casamento com pessoas estranhas à fé para que não ocorra jugo desigual, incluindo membros de igrejas evangélicas, os quais não são considerados irmãos na fé [28] [31] [40] [41].

  • A saudação entre os fiéis do mesmo sexo, após as liturgias, é o ósculo santo, conforme orientação bíblica: Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo” (Romanos 16:16) [20] [38] ;

  • As orações devem ser feitas, sempre que possível, de joelhos, como sinal de humilhação e respeito diante de Deus [30] [38].

  • Aos pecados sexuais é atribuído um grau superlativo com a alcunha de “pecado de morte” (tópicos de ensinamento de 1984), com perda da condição de irmão na fé, perda de liberdade para determinadas atividades realizadas na igreja, bem como inabilidade para desempenhar cargos e exercer ministério (“excluído da comunhão com os fieis”, “adúteros e pecadores nada a fazer em nosso meio” e “não são considerados nossos irmãos”) [20] [21] [46].

 

2.4 MUDANÇAS DOUTRINÁRIAS NA CCB

 Desde a sua fundação, a CCB destacou-se por ser uma instituição religiosa com poucas mudanças doutrinárias significativas, apostando na eficácia do culto como forma de propagar suas tradições religiosas, enquanto as demais igrejas acabaram por intrduzir, ao longo dos anos, em seus ritos e organização, diversas inovações religiosas, culturais e sociais, a fim de atrair fieis [36].

No entanto, as duas últimas décadas foram marcadas por mudanças doutrinárias na CCB, algumas das quais sem a perfeita compreensão da maioria dos fieis acerca do que elas representam de fato. Todas sob o rótulo da “revelação divina” [37].

As principais mudanças são as seguintes: ​​ 

  • Mudança do 1º Ponto de Fé e Doutrina, em 2004, fazendo com que CCB deixasse de crer que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus e passasse a acreditar que Ela “contem a Palavra de Deus” [19] [37];

  • Mudança do 2º Ponto de Fé e Doutrina, em 2004, fazendo com que CCB aproximasse do unicismo (uma pessoa com três manifestações) e se distanciasse do trinitarianismo (três pessoas em um único Deus) [19];

  • Desconsideração do Tópico de Ensinamento de 1971 e 1982, relativo ao não uso dos meios de comunicação para propaganda e para os serviços religiosos, com a realização dos cultos on-line da CCB [21] [43];

  • Desconsideração do Tópico de Ensinamento de 1936, relativo ao uso de um único cálice para a ceia do Senhor, com o uso de copos descartáveis individuais, conforme decisão divulgada em documento oficial da igreja [22] [42];

  • Desconsideração do Tópico de Ensinamento de 1984, relativo ao adultério como “pecado de morte”, conforme palavras de um dos ministros mais antigos em um dos cultos on-line, apresentado pelo canal “Raquel Soares”, sob o título “Pregação CCb sobre pecado de morte” [42] [46].

 

2.5ANÁLISE E DISCUSSÃO ACERCA DAS MUDANÇAS DOUTRINÁRIAS

 Em todos os casos de mudança doutrinária supracitados, o que chama a atenção, no que se refere a este artigo científico, não são as mudanças em si, mas o que elas representam, pois, sendo uma instituição que se diz totalmente “guiada por Deus”, com revelações recebidas diretamente do céu pelos mais antigos do ministério, a CCB não deveria apresentar um tão grande número de contradições entre as mesmas.

Salvo melhor juízo, mediante as contradições, há fortes indícios da presença da heresia do misticismo nessa denominação religiosa, com ordens e contraordens, algo que parece não coadunar com a conduta do Mestre Jesus Cristo, o qual mostrou-se não ser volúvel e paradoxal em termos doutrinários, não anulando sequer o preceito da Lei Mosaica, mas cumprido-a integralmente [25] [37].

 No caso da desconsideração dos tópicos de ensinamentos relativos ao adultério e a ceia do Senhor, por exemplo, dois pregadores da CCB, em vídeos publicados na internet (referenciados neste artigo), insinuam, respectivamente, que há costumes entre a irmandade contrários à Bíblia e resistência à mudança, ignorando que os fiéis, tão somente, reproduzem aquilo que lhes foi ensinado pelo próprio ministério (sob a “guia de Deus”), segundo o que dizem os documentos oficiais da igreja [41] [42].

Tal conduta, acaba por criar uma falsa impressão de que os ministros da CCB são infalíveis (não erram) e os problemas que existem na instituição são oriundos da própria irmandade, o que sugere algo semelhante ao que ocorreu por ocasião da queda do primeiro casal, no jardim do Éden, quando Adão e Eva, procurando eximir-se de suas culpas, lançaram-as em outrem [41] [42].

Especificamente no caso da ceia do Senhor, o vídeo, acima mencionado, do canal “Reflexões por Michael Oliveira”, apresenta uma pessoa, em um culto da CCB, que, presidindo-o, pronuncia-se da seguinte maneira:

1 – Identifica-se como cooperador de uma determinada localidade (como ministro da Palavra);

2 ​​ ​​ Diz ter realizado mestrado e doutorado na área de saneamento;

3 – Afirma ter sido destacado pelos mais velhos do ministério para transmitir um ensinamento acerca da ceia do Senhor, considerndo-se, portanto, autoridade no assunto [42].

Em sua fala, tal ministro busca convencer os fiéis a aceitarem a mudança do cálice compartilhado (em copos individuais descartáveis) por questões de higiene, diferentemente do que vinha ocorrendo desde os primórdios da “obra de Deus” [42].

Esse ministro doutor afirma, em seu discurso, que a irmandade não pode ser “tola” (ignorante) e deve entender a “luz divina” dada aos mais antigos (minuto 15:25), os quais, com muita sabedoria, estão interessados, unicamente, no bem estar da irmandade, omitindo a fonte real do problema, ou seja, as supostas revelações místicas dos primitivos da CCB [42].

Esse fulano chega a dizer, no vídeo, que as “outras comunidades religiosas” (igrejas evangélicas) já haviam aprendido a fazer a ceia do Senhor corretamente há mais de 50 anos (minuto 16:15), evitando expor seus fieis ao risco de compartilhar um único cálice, sugerindo, com isso, que a irmandade da CCB deveria aprender com tais comunidades.

Com essas palavras, caem por terra o “exclusivismo” e o “orgulho religioso”, tão comuns na CCB, evidenciados em documentos oficiais da igreja. Dessa forma, fica carcterizado, inclusive, a omissão desse próprio cidadão por não ter vindo antes à público, a fim de informar à irmandade dos riscos que se corre com o compartilhamento do cálice, visto que sua primeira formação em saneamento básico deu-se em 2007, conforme destaca a pessoa que publicou o vídeo, o Sr. Michael Oliveira [32] [42].

 

3CONCLUSÃO

Este artigo se ocupou em discutir o caráter místico da CCB na atualidade, tomando por base as recentes mudanças doutrinárias realizadas pelo ministério, com especialidade, aquela referente ​​ à ceia do Senhor, em que uma prática centenária, que havia sido “revelada por Deus”, foi substituída por uma “nova revelação” dada ao ministério atual [22].

Tais mudanças sugerem a presença de um forte componente místico dirigindo as ações dessa denominação religiosa, algo que pode, entre outras coisas, colocar em suspeição as futuras “revelações” ministeriais, sejam elas doutrinárias ou mesmo as proferidas no dia a dia durante os cultos [42].

Em instituições eminentemente espiritualistas como a CCB, que pregam a busca de experiências transcendentais e de revelações especiais como fundamento do relacionamento entre criatura e Criador, os fiéis acabam por correr o risco de colocar as Escrituras Sagradas em um lugar secundário, o que pode resultar, segundo o escritor norte-americano John MacArthur, na falta de discernimento de espírito e na ignorância em relação às Sagradas Letras [26].

Além de deixar de desfrutar das bençãos advindas da leitura e do conhecimento da vontade de Deus, expressa na Sua Palavra, há o risco de que os cristãos, excessivamente espiritualistas, entrem pelo caminho da idolatria, tornando-se dependentes das supostas revelações místicas, e, com isso, caiam no erro de elevar os pregadores à condição de intercessor entre Deus e os homens, algo que diminui a importância do sacrifício de Jesus Cristo, o único “mediador entre Deus e os homens” (1 Timóteo 2:5) [2] [17] [26] [27].

 

4REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Doutor e Mestre em Teologia, pela Universidade da Bíblia - São Paulo. Mestre em Treino Desportivo, pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo – Portugal. Especialista em Exercício Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento, pela Faculdade de Medicina da USP. Pós-graduado em Ciências da Religião, pelo Instituto Aliança de Linguística, Teologia e Humanidades (IALTH) – Recife – PE. Pós-graduado em Magistério do Ensino Superior, pela Universidade Paulista – SP. Pós-graduado em Fisiologia do Exercício, pela Escola Paulista de Medicina. Bacharel em Ciências Militares, pela Academia da Força Aérea Brasileira (AFA) - Pirassununga - SP. ​​ Licenciado em Educação Física, pela Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) - Rio de Janeiro. ​​ Bacharel em Administração de Empresas, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo. ​​ Licenciado em Filosofia, pelo Instituto Aliança de Linguística, Teologia e Humanidades (IALTH) – Recife – PE.


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