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Scientific Society Journal  ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​​​ 

ISSN: 2595-8402

Journal DOI: 10.61411/rsc31879

REVISTA SOCIEDADE CIENTÍFICA, VOLUME 7, NÚMERO 1, ANO 2024
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ARTIGO ORIGINAL

Enfermagem no atendimento às comunidades indígenas no período pandêmico da covid-19

Andriely de Nazaré Corrêa Vieira1; Jader Aguiar Corrêa2; Emilly Gabriele Prata de Abreu3; Benedito Pantoja Sacramento4; Rodrigo Aarão de Oliveira Filho5; Gustavo Henrique Grecia Coutinho6; Vencelau Jackson da Conceição Pantoja7; Rubens Alex de Oliveira Menezes8

 

Como Citar:

VIEIRA, Andriely de Nazaré Corrêa; CORRÊA, Jader Aguiar; DE ABREU, Emilly Gabriele Prata et al. Enfermagem no atendimento às comunidades indígenas no período pandêmico da covid-19. Revista Sociedade Científica, vol.7, n. 1, p.4475-4493, 2024.

https://doi.org/10.61411/rsc202475617

 

DOI: 10.61411/rsc202475617

 

Área do conhecimento: Ciências da Saúde.

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Sub-área: Medicina.

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Palavras-chaves: Adolescents, asthma, children, inhalation technique, metered-dose inhalers.

 

Publicado: 23 de setembro de 2024.

Resumo

O presente estudo teve como objetivo compreender o papel da enfermagem no atendimento aos povos indígenas durante a pandemia da covid-19, através das legislações de saúde pública dos povos indígenas, da teoria transcultural no atendimento ao indígena e das dificuldades enfrentadas pelos indígenas no acesso ao atendimento de saúde na pandemia. Trata-se de um levantamento bibliográfico de caráter qualitativo e descritivo. Para o levantamento, foram utilizadas as bibliotecas Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Scholar. A busca mostrou através de diferentes autores quanto aos problemas enfrentados pela população indígena no processo de saúde e doença, bem como apontou as falhas dos órgãos regulamentadores e fiscalizadores, os artigos também expressaram os desejos desses indivíduos em políticas públicas que compreendessem suas especificidades. Assim, o papel da enfermagem vai além da promoção e prevenção com prestação de serviços que busquem incluir pessoas indígenas na tomada de decisão nas aldeias, bem como, encontrar uma forma de alinhar o conhecimento científico com o tradicional.

 

 

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1.Introdução

Consolidou-se no ano de 1988, pela Constituição Federal, o Sistema único de saúde (SUS). No qual tem como principal objetivo, oferecer acesso a saúde de qualidade a todos os cidadãos brasileiros que a ele busquem. De acordo com Brasil (1988)2 “Saúde é direito de todos e dever do estado”. Sendo assim, desde sua aprovação, surgiram os seus princípios, que regem todo o seu funcionamento, além de servirem para cumprir com a sua proposta de cuidado e atender a todas as necessidades de seus usuários.

Partindo desse ponto, o SUS é uma ferramenta regida por três principais e crenças. A universalidade, dita que todas as pessoas têm acesso sólido a saúde, independente do seu sexo, idade, cultura, raça e demais particularidades, sendo essas, pessoais ou não. O Sistema, também é conduzido pela segunda diretriz, a integralidade, onde se afirma o atendimento para todas as carências dos usufrutuários, desde a promoção à saúde até a reabilitação, e trabalhando em conjunto com outros serviços, ademais, considerando o indivíduo como um todo. Por fim, temos o seu terceiro regente, a equidade, princípio este que se traduz como: tratar de maneira igualitária os desiguais2.

Assim, o SUS encarrega-se de ofertar um cuidado específico e justo para cada paciente, de acordo com suas queixas, condições sociais e cultura. Neste contexto, se faz possível mencionar, as comunidades indígenas, que por estarem em um sistema social, ambiental e cultural diferentes, merecem e recebem um atendimento que esteja de acordo com suas peculiaridades1.

Para isso, foi criado, em 2010, a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), buscando ofertar um atendimento de saúde humanizado e específico para os povos originários, atendendo mais de 762 mil indígenas em todo território nacional. Contudo, as populações indígenas sempre enfrentaram turbulências em relação à saúde, desde o primeiro contato com os não indígenas, temos como exemplo as epidemias de gripe, sarampo, gripe H1N1 e, a mais recente, covid-197,8.

A eclosão da covid-19 em 2020 no Brasil, abalou as mais diversas áreas de atuação, dentre elas, a saúde, o que resultou em uma alta demanda de atendimentos com a qual o SUS teve de lidar, além disso, o número de casos confirmados, até o momento, são de 37.796.956 e seguiu-se no óbito de 705.775 cidadãos brasileiros. Em vista disso, de alguma forma a população indígena seria, também, afetada por esta nova pandemia que se estendeu por todo o território nacional, tendo em vista que os fatores que mais contribuíram para o aumento das ocorrências de contaminação e taxa de mortalidade, foram a fragilidade sanitária e social16.

Durante esse período, os profissionais de enfermagem formavam a linha de frente no atendimento e combate a disseminação do novo coronavírus. O motivo pelo qual a enfermagem recebeu tal protagonismo, deve-se ao conhecimento científico e a visão holística para a prestação do cuidado humanizado e seguindo todas as diretrizes do SUS, devido a isso, é plausível referenciar a enfermagem transcultural, que tem o papel de ofertar um cuidado de acordo com as individualidades culturais de determinado povo11,12. De acordo com Moura et al. (2005)14 o profissional de enfermagem deve considerar as características culturais humanas, caso contrário, poderá resultar em um cuidado ineficaz e negativo para aqueles que estão recebendo o atendimento.

Desse modo, a equidade e o conhecimento transcultural foram colocados à prova, tendo em vista que cada indivíduo possui características distintas em todos os sentidos. Fazendo-se importante ter um olhar para cada singularidade de cada povo e região, para compreender o enfrentamento das dificuldades envolvendo a saúde pública dos povos indígenas7,20.

Os locais onde ocorreram conflitos entre os povos originários e os não indígenas, se apresentaram como um dos fatores contribuintes para o aumento do índice de contaminação e mortalidade para essa população16. Desta forma, compreende-se que, embora criadas regulamentações regidas por leis em prol da saúde dos indígenas, é inegável a existência de incontáveis problemas causados para esse grupo, tornando-se plausível apontar a negligência dos órgãos regulamentadores e/ou fiscalizadores principalmente durante a pandemia do covid-19, onde observou-se o corte de verbas para a Fundação Nacional dos Povos indígenas (FUNAI) e o explícito retrocesso nos direitos antes garantidos a esse povo supracitado que, por fim, tornou-se ainda mais vulnerável em diversos contextos.

Assimilando o papel da enfermagem no ato do cuidar e constatando-os como os mais aptos para uma abordagem holística, transcultural, justa e de extrema necessidade dentro do contexto apresentado, sabendo ainda dos cortes experienciados no meio do que diz respeito à saúde indígena, o tema se faz significativo como forma de entendimento de qual foi o real papel da enfermagem nos atendimentos aos povos originários durante o período pandêmico? Quais os seus direitos e quais as dificuldades vivenciadas por eles, no processo saúde doença, durante a pandemia do covid-19?

Para responder aos questionamentos, o objetivo geral pensado, se trata de compreender qual foi o papel do enfermeiro no atendimento às comunidades indígenas no período pandêmico. Os objetivos específicos concernentes ao geral foram: Dissertar sobre as legislações de saúde pública dos povos indígenas; fomentar sobre a teoria transcultural no atendimento ao indígena; Identificar as dificuldades enfrentadas pelos indígenas no acesso ao atendimento de saúde na pandemia; Entender a importância da atuação dos enfermeiros para os povos originários.

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2.Metodologia

O método adotado para a realização da pesquisa, seguindo a temática o papel da enfermagem no atendimento às comunidades indígenas no período pandêmico da covid-19, foi a revisão da literatura, na qual é descrita como a fase posterior ao levantamento bibliográfico, onde é discutido os elementos textuais de um projeto10. Diante disso, a pesquisa qualitativa foi a selecionada para o trabalho, visto, que busca interpretar um fenômeno específico de forma mais profunda, trabalhando com interpretações e descrições, onde se possibilita a investigação de crenças, valores ou atitudes de indivíduos ou grupos10. Dispôs, também, de caráter descritivo, que teve como intuito apresentar determinadas peculiaridades dos fenômenos supracitados anteriormente na pesquisa qualitativa.

Desta forma, para coleta de dados as bases utilizadas foram: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Scholar, como principais fontes de buscas de artigos que constavam com os descritores referentes à saúde indígena, pandemia e enfermagem. O material encontrado, passou por um afunilamento para incluir, apenas, artigos em português e que tenham sido publicados a partir dos anos de 2019 a 2023, outros fatores considerados para a inclusão dos materiais selecionados, são concernentes aos assuntos principais: covid-19, Saúde de populações indígenas, infecções por coronavírus e povos indígenas. Seguindo esta linha de raciocínio, os artigos selecionados para serem excluídos da pesquisa, eram artigos em idiomas diferentes do português, artigos duplicados e materiais pagos.

Os trabalhos, selecionados, foram armazenados em pastas contendo o nome do artigo e ano de publicação, após isso, estes materiais foram lidos, analisados e discutidos para fichamento, que consistiu em formato de tabela para melhor compreensão e facilidade na identificação de itens chave para o trabalho: Título do artigo, local de publicação, autores, tipo de pesquisa, ano de publicação e país de origem.

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3.Resultados e discussão

Após a pesquisa, foram encontrados 4.750 trabalhos utilizando a biblioteca Google acadêmico, do qual, aplicando os critérios de inclusão e exclusão mencionados na metodologia, restaram, apenas, 13 artigos na plataforma de busca. Desses artigos, 5 estavam hospedados na BVS, 4 dos trabalhos foram publicados na SciELO, 2 no LILACS, 1 na ABEn e 1 artigo no Research Gate. As obras restantes foram lidas e passaram pelo afunilamento, na qual foram excluídos 2 artigos que não se tratava do tema proposto e 4 artigos em outra língua senão aquela escolhida e que fugiam da temática, restando, por fim, 7 artigos que foram caracterizados na tabela 1.

 

Tabela 1 Índice das pesquisas mantidas conforme o título, local de publicação, os autores, tipos de estudo, ano e país.

Título

Publicação

Autores

Tipo de estudo

Ano/país

A importância do enfermeiro da atenção primária à saúde frente

à pandemia de Covid-19: uma revisão narrativa da literatura

 

 

SciELO

Ludgério, M. M. B.; Silva, L.E.C.; Deodoro, M.F.P; Ludgério, M.J.B.11

Revisão narrativa da literatura

 

 

2021/Brasil

 

Desafios da Enfermagem Brasileira no Combate da covid- 19: uma reflexão

 

LILACS

Quadros, Alexander; Fernandes, M.T.C.; Araujo, B.R.; Caregnato, R.C.A.18

 

Artigo reflexivo

 

 

2020/Brasil

 

Efeitos da Covid-19 na atenção primária a saúde dos indígenas: percepções dos profissionais

 

 

LILACS

Oliveira, A.T.; Tombini, L.H.T; Souza, J.B.; Madureira, V.S.F.; Pilger, K.C.P.15

 

Pesquisa exploratória qualitativa

 

 

2023/Brasil

Invisibilidades e enfrentamentos de comunidades indígenas diante da pandemia de covid-19 e a resposta do governo

brasileiro

 

 

SciELO

Mota, S.E.C.; Scalco, Nayara; Almeida, L.P.A.13

Síntese de evidências científicas

 

 

2020/Brasil

 

Pandemia de Covid-19 e os povos indígenas no Brasil: cenários sociopolíticos e epidemiológicos

 

 

SciELO

Pontes, A.L.M.; Cardoso, A.M.; Bastos, L.S.; Santos, R.V.17

 

Pesquisa quantitativa

 

 

2021/Brasil

Saúde indígena em tempo de covid-19: o protagonismo da enfermagem

 

 

ABEn

Rocha, E.S.C.; Pina, R.M.P; Silveira, M.C.; Santos, E.R.; Neves, N.T.21

 

 

Relato de experiência

 

 

2020/Brasil

Saúde indígena e transculturalidade em tempos de covid-19: um estudo de caso na aldeia Tupinambá

 

 

ResearchGate

Souza, R.C.B.; Gonçalves, C.P.; Cunha, D.O.; Barbosa, A.M.C.23

 

Estudo de caso

 

 

2021/Brasil

Fonte: Compilado dos autores, 2024.

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3.1 Legislações de saúde pública dos povos indígenas

Legislações existem em diversos âmbitos como forma de normatizar ações da sociedade, na área da saúde, tais leis precisam ser seguidas para que o atendimento seja equânime. Dos artigos encontrados, 28,6% mencionaram as legislações e os seus órgãos regulamentadores, apresentando que suas falhas e descaso foram fatores que contribuíram para o aumento dos casos de infecções respiratórias associadas a covid-19 entre a comunidade indígena4.

Com a aceleração dos casos de covid-19 em território nacional, exigiu-se maior atenção para os inúmeros grupos étnicos que apresentavam suas particularidades geográficas e sociais, nessa conjuntura, estratégias foram planejadas e implementadas como forma de conter o avanço gradual da patologia SARS-coV-26.

O sistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI) expedido pela Lei n° 9.836/19993, conhecida como Lei Arouca, visou certificar-se de que os povos indígenas pudessem receber o devido reconhecimento ao modificar a Lei Orgânica do SUS13. (Mota et al., 2020). Entretanto, apesar de seu objetivo inicial trazer essa recognição, o Comitê de Crise Nacional para planejamento, coordenação, execução, supervisão e monitoramento dos impactos da covid-19 no âmbito da Saúde dos Povos Indígenas, estabelecido pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), não obtém representantes indígenas na compostura do nível central4,13.

Deste modo, é factível que a falta de um representante que faça parte desta comunidade, acarretou em dificuldades na tomada de decisões quanto ao processo de saúde doença e na compreensão das singularidades desse povo, que pode ser evidenciado no estudo de Souza et al. (2021)23 do qual afirma que indígenas esperam que, no futuro, seja garantida mais participações em dimensões públicas, na posição de organização e associação, pois na maior parte do tempo, tais cargos são ocupados apenas por pessoas não indígenas que deliberam por um grupo do qual não fazem parte.

Durante o ano de 2020, iniciado por lideranças indígenas, o Projeto de Lei nº 1.142/2020 foi apresentado como um Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, esta lei, ainda acrescenta as comunidades quilombolas e comunidades tradicionais, para sustentar os direitos indígenas na situação de calamidade da covid-19, bem como assegurar o acesso de insumos necessários para prevenção do coronavírus, com a distribuição gratuita de materiais para limpeza pessoal e de objetos, garantia de água potável e testes rápidos para identificação do vírus4.

Todavia, o projeto acabou por ser vetado no mesmo ano, por intermédio da Lei n° 14.021/2020, pela Presidência da República, porém em agosto do mesmo ano, dos 22 vetos anteriores, 16 foram derrubados pelo Congresso Nacional4,13. Apesar da aprovação da Lei supracitada ser considerada uma vitória para a saúde indígena, seguindo o raciocínio de Pontes et al. (2021)17 foram notadas várias fragilidades na implementação das resoluções governamentais para a redução dos problemas causados pela disseminação do novo coronavírus entre os povos indígenas, dentre elas a falta de clareza nas recomendações de estratégias e rastreamento, teve maior destaque.

Fazendo-se necessário, então, mencionar a importância dos direitos humanos, tanto na prática quanto teórica, afinal a abordagem pode ser feita considerando várias concepções e é aplicável às diversas esferas humanas. Tais políticas deveriam ser respeitadas para reduzir as desigualdades sociais que acometem essa população, pois enquanto as legislações não forem efetuadas a nível de equidade democracia não irá existir23.

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3.2 Teoria transcultural no atendimento ao indígena

As teorias de enfermagem formam um conjunto de medidas que devem ser seguidas durante a prestação de cuidados. Com a teoria transcultural não seria diferente, visto que, tal concepção, tem como foco considerar as questões culturais de um indivíduo no momento em que são atendidos. Contudo, apenas 14,3% dos estudos descobertos na pesquisa a colocaram em posição de necessidade durante a assistência ao indígena.

Mesmo com a disparidade dos casos de covid-19 entre os indígenas e as diversas medidas tomadas pelos órgãos, no decorrer do tempo, não existiram publicações oficiais orientando sobre os riscos e medidas protetivas da pandemia na língua indígena, algo preocupante, se levarmos em conta que, de 817.963 indígenas aproximadamente 17,5% não têm domínio da língua portuguesa13. Mostrando assim descaso no que se diz respeito a cultura dessa população ao desconsiderar sua linguagem como primordial para divulgação dos informativos em seu meio.

Ao entrevistar pessoas indígenas, o trabalho de Souza et al. (2021)23 evidencia o desejo desses grupos na criação de medidas que respeitassem os seus costumes e as especificidades de cada povo e etnia. Percebe-se que, grande parte desta população sente que seus costumes não estão sendo respeitados, o que acaba por criar um distanciamento entre os polos de saúde e esse grupo.

Com essas informações, fica claro a necessidade de treinamento dos profissionais que interagem com os indígenas, afinal o choque cultural torna a prestação de serviço inadequada e desagradável para quem está sendo assistido. Pois, para que as ações alcancem o seu objetivo, a alçada cultural é primordial nesse momento21.

O atendimento levando em conta os fatores culturais, é algo identificado na capacitação das equipes que constituem os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que ficam localizados geograficamente mais próximos das comunidades indígenas, com estrutura própria para esse grupo, contando com, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Casas de Saúde Indígena (CASAI) e polos base4.

A pesquisa feita por Rocha et al. (2021)21 traz consigo a visão do DSEI-Manaus, onde as ações desenvolvidas pelos profissionais da enfermagem durante o período da covid-19, buscaram incluir as lideranças indígenas nos processos de capacitação, tomada de decisões, promoção de saúde e ainda manutenção do diálogo como respeito e valorização dos seus costumes. Os resultados dessas atitudes resultaram na diminuição do número de casos de covid-19 em seu meio, provando que a articulação entre as lideranças e as equipes multifuncionais é de relevância para as estratégias de promoção da saúde.

Sobre essa abordagem, é notório que, ao entender que cada cultura responde de maneiras distintas aos aspectos de saúde e que esses saberes influenciam durante todo o tratamento do processo de saúde e doença, torna o respeito por essas singularidades, vital para a eficácia do tratamento23.

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3.3 Dificuldades enfrentadas pelos indígenas no acesso ao atendimento de saúde na pandemia

Durante o ano de 1500, no Brasil, habitavam cerca de 3,5 milhões de indígenas, entretanto, esse número foi reduzido no decorrer do tempo para cerca de 1,6 milhões de acordo com o Censo demográfico de 2022. Documentadamente, as comunidades indígenas se apresentam como as mais vulneráveis no quesito de infecções respiratórias e virais15.

Dos trabalhos dispostos, 85,7% afirmam que esse grupo encontrou dificuldades no acesso à saúde, a Região Norte se apresenta como uma das regiões mais vulneráveis do Brasil, essa avaliação é feita seguindo os indicadores referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), fome, renda per capita, Índice de Gini, pobreza, extrema pobreza e por fim, prosperidade social, apesar do avanço gradual na região, o Índice de Gini, afirma que a Região é considerada uma das mais desiguais do País22.

Ainda, segundo Rocha et al. (2020)21 a Região Norte está classificada como mais prejudicável no quesito de vulnerabilidade social, pois contém o índice de desenvolvimento humano abaixo da média, difícil acesso a água potável, eletricidade e saneamento básico, além de possuir pouca densidade demográfica. De acordo com o Censo de 2022, cerca de 44,48% dos indígenas estão inseridos nesta região, fazendo parte da população com acesso precário a meios básicos de vida e ocasionalmente os tornando mais suscetíveis ao contágio, não só por covid-19, mas também pelas demais doenças que muito acometem esse grupo.

Geograficamente, grande parte desses locais tem o transporte fluvial como principal meio de locomoção, dificultando o acesso dos profissionais de saúde aos povoados, no entanto, esse meio de transporte pode demorar mais que o esperado pelos períodos de navegação que podem variar de acordo com épocas de ano, dessa forma, a viagem pode durar horas ou até mesmo dias21 (Rocha et al., 2020). Cabe destacar que esse meio, aumenta os desafios para essa população, tornando um atendimento de emergência mais demorado que o esperado, além de acarretar em problemas relacionados à logística dos materiaisde saúde23.

Especialmente na pandemia, foi exposto que os problemas enfrentados pelos povos indígenas estão relacionados a casos de desnutrição, falta de acesso à água potável, insumos para higiene, preconceito e violência sofrida ao deixar a aldeia, bem como o perfil epidemiológico dessa população, que favorece ainda mais a infecção por coronavírus. Este, que por sua vez, contagiou até mesmo os PIIRC (Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato)17.

A situação se tornou ainda mais alarmante pois com o distanciamento social e medidas protetivas impostas durante esse período, rituais que fazem parte dessa cultura não eram realizados, as práticas em grupo e a visita à outras tribos foram proibidas, a perda de parentes e amigos, foram fatores que acabaram por abalar o psicológico desses indivíduos, que, com medo, se recusaram a buscar os serviços de saúde para não se contaminarem com o novo coronavírus15,21.

Outra dificuldade, é que o acesso a meios de comunicação como telefones e celulares é limitado, dificultando a disseminação das normas de segurança, sendo cabível mencionar novamente a falta desse material nas línguas indígenas, pois, grupos PIIRC, tendo como exemplo as tribos Hexkaryano e Mura-Pirahã, que mantém a comunicação praticamente exclusiva na sua linguagem própria21.

Deve ser apontado que, seguindo o raciocínio de Ramos e Pimentel (2021)19 enquanto tais situações dificultosas aconteciam antes da pandemia, o Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI) foi criado pela SESAI ainda ligado ao Ministério da Saúde, com finalidade não só de viabilizar o processo de municipalização, mas também de privatização, que não recebeu apoio dos movimentos indígenas, porém a pandemia gerou a situação de que o Ministério da Saúde e a SESAI destinarem a verba aos governos estaduais e municipais, e de forma sutil tornando o direito à saúde indígena subordinada aos interesses políticos.

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3.4 A importância da atuação dos enfermeiros para os povos indígenas

A enfermagem trata-se de uma ciência com focos que vão desde a promoção à saúde até a reabilitação, atuando em conjunto com os preceitos do SUS e seguindo a ética e bioética. Os profissionais dessa área, estão constantemente em busca de aperfeiçoamento dos conhecimentos teórico-práticos para um serviço de qualidade para o paciente, que respeitem suas decisões e demais particularidades. Durante a pandemia, a compreensão das singularidades de cada pessoa assistida foi destaque para a importância do papel dos enfermeiros, da qual foi apontada em 57,1% dos achados como essencial para tentar amenizar os impactos causados pela covid-19 ao afastar grande parte das pessoas dos serviços de saúde.

A pandemia eclodiu no ano de 2020, ano este que foi marcado pelo início da triste perda de trabalhadores da área da saúde que constituíam 72,5% das mortes por coronavírus analisadas pela profissão de acordo com Cofen (2023)5. Colocando assim o Brasil em posição de país que mais sofreu com perdas da enfermagem18 (Quadros et al., 2020). Em questão de perdas profissionais, a Região Norte foi uma das mais atingidas, mostrando a desigualdade entre as regiões do país9.

No âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) dos indígenas, os enfermeiros tem como objetivo a prevenção e promoção à saúde, durante a pandemia essas ações se voltaram para conter o avanço gradual da covid-19, com efeitos na alteração do processo de trabalho para evitar aglomerações, fluxo de atendimentos, foco completo nos sintomas da doença, esquecendo-se das morbidades existentes na região, se voltou também para o cuidado integral a população indígena e manutenção da saúde mental deste grupo e dos profissionais da área15.

Deste modo, as equipes de saúde foram orientadas a estabelecer uma relação baseada em confiança afetiva e diálogo com os indígenas para que o alcance dos objetivos no que se refere a prevenção e tratamento da covid-1921, salienta-se que, uma parcela destes profissionais para um cuidado de qualidade, faz uso da teoria transcultural ao tentar incluir os conhecimentos tradicionais das aldeias nos processos de cuidado.

Ademais, foi evidenciado no estudo de Souza et al. (2021)23 que antes de recorrerem aos serviços de saúde, os indígenas preferem recorrer aos conhecimentos ancestrais procedentes de pajés, xamãs e entre outros, além de utilizarem de artifícios providenciados pela natureza, como o uso de plantas medicinais, essa busca se deve ao fato de que sua resistência para o atendimento especializado é uma forma de manter suas raízes e resgate de cultura.

Mostrando que, a enfermagem é a profissão que mais está apta para lidar com a disparidade de costumes e culturas que as demais profissões não entendem, e que, apesar dos tempos difíceis da pandemia, esses profissionais foram obstinados no processo de enfrentamento do novo coronavírus, trabalhando em condições de desvalorização da profissão, com sobrecarga de trabalho, problemas psicológicos gerados pelo medo e desvalorização salarial, pois o piso salarial, nos anos de pandemia que se seguiram, não havia sido aprovado18.

Como apontado por Ludgério et al. (2021)11, os enfermeiros são essenciais na atuação das esferas assistenciais e administrativa, são eles que garantem que a comunidade seja receptiva às informações e tratamentos repassados e também, na criação de vínculo destas com os polos de saúde, atingindo os princípios do SUS em seus cuidados, universalidade, integralidade e equidade. O estudo ainda aponta, que a enfermagem exerce um papel fundamental no controle da pandemia, que vai desde a educação em saúde até o gerenciamento dos polos, provando que a profissão está se consolidando ainda mais como ciência.

A enfermagem foi, e continua sendo, de extrema importância para esses povos e de acordo com Rocha et al. (2020)21, é necessária, justamente por considerarem suas questões culturais no ato de cuidar e na articulação entre as lideranças indígenas e a equipe multidisciplinar para as ações de vigilância, promoção, cuidados pessoais e comunitários, segurança dos indígenas e dos trabalhadores da área, no qual incluíram esses grupos na tomada de decisões e planejamento de estratégias.

Outro ponto mencionado, é de que os enfermeiros trabalharam incansavelmente para amenizar tanto os casos de covid-19, como também o sofrimento mental causado aos indígenas pelos fatores supracitados, destacando que a sistematização da assistência com foco nas populações indígenas foi pensadas levando em consideração as especificidades reais dos diversos grupos étnicos21,23.

Por fim o estudo ainda afirma que apesar da falta de estrutura para o atendimento desses grupos e as situações epidemiológicas desfavoráveis, os feitos da enfermagem continuam contribuindo para minimizar ao máximo o avanço da patologia e que ao aplicar o seu conhecimento transcultural e equânime, resultou na diminuição da letalidade entre os povos indígenas21,23. E agora, mais recentemente, estes profissionais estão trabalhando arduamente para a imunização completa e de prioridade desses povos, sendo possível retornar seu foco para as doenças transmissíveis e não transmissíveis que mais acometiam a região antes do coronavírus.

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4.Considerações finais

O estudo enfatizou as questões sociais enfrentadas pelos povos indígenas ao esperarem que seus direitos sejam garantidos em meio a violação das legislações e ainda tentativas de privatização aos seus serviços de saúdes, fazendo-se possível enfatizar a falta de clareza nessas leis, dificuldade em encontrar materiais sobre a pandemia publicados oficialmente em línguas indígenas e ainda a precariedade com a qual esses indivíduos estão vivendo que vão desde a desnutrição e falta de saneamento básico à violência física, verbal, sexual e à violação de seu patrimônio por extrativistas e grilagem de suas terras. Destarte, outro levantamento, foi de que seus desejos são de reconhecimento em âmbitos de poder no que diz respeito a medidas tomadas em prol de seu povo, bem como evitar ao máximo o choque cultural e que o conhecimento científico seja imposto de maneira autoritária nas suas vidas, levando-os a duvidar muita das vezes da competência de alguns profissionais ao desconsiderar suas características.

Assim, o papel da enfermagem vai muito além da promoção e prevenção ao dedicar-se para uma prestação de serviços que busquem incluir pessoas indígenas na tomada de decisão nas aldeias, bem como encontrar uma forma de alinhar o conhecimento científico com o tradicional. Utilizando de abordagens que se voltem para o meio cultural ao prestar serviço e na articulação de estratégias com os demais polos de saúde e lideranças indígenas que por fim, gerou a diminuição tanto nos casos por covid-19 nesse meio, como também impactou na visão dos enfermeiros para essa população mencionada.

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5. Declaração de direitos

O(s)/A(s) autor(s)/autora(s) declara(m) ser detentores dos direitos autorais da presente obra, que o artigo não foi publicado anteriormente e que não está sendo considerado por outra(o) Revista/Journal. Declara(m) que as imagens e textos publicados são de responsabilidade do(s) autor(s), e não possuem direitos autorais reservados à terceiros. Textos e/ou imagens de terceiros são devidamente citados ou devidamente autorizados com concessão de direitos para publicação quando necessário. Declara(m) respeitar os direitos de terceiros e de Instituições públicas e privadas. Declara(m) não cometer plágio ou auto plágio e não ter considerado/gerado conteúdos falsos e que a obra é original e de responsabilidade dos autores.

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6.Referências

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  • BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988.

  • BRASIL. Lei 9.836, de 23 de setembro de 1999. Brasília, DF, 1999.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (Covid-19) em Povos Indígenas: versão preliminar. Brasília: Sesai, 2020.

  • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (Cofen). Estudo analisa perfil dos profissionais de Saúde mortos pela covid-19. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/estudo-analisa-perfil-de-medicos-e-profissionais-de-enfermagem-mortos-pela-covid- 19/#:~:text=31%25%20dos%20enfermeiros%20que%20morreram,de%20ra%C3%A7a%20%E2%80%9Cn%C3%A3o%20infomada%E2%80%9D.. Acesso em: 5 maio. 2024.

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1

Universidade Norte do Paraná - Unopar - Polo Breves, PA, Brasil

2

Universidade Norte do Paraná - Unopar - Polo Breves, PA, Brasil

3

Secretaria Municipal de Saúde de Breves, PA, Brasil

4

Secretaria do Estado de Saúde do Pará, SESPA. Belém, PA, Brasil

5

Secretaria Estadual de Saúde de Macapá, AP, Brasil

6

Secretaria Estadual de Saúde de Macapá, AP, Brasil

7

Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá, Macapá, AP, Brasil

8

Universidade Federal do Amapá, Macapá-AP, Brasil

 

 

 


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